O que é paralelismo? E correlação?

O português como língua viva, autônoma ─ e arbitrária

Paralelismo é a harmonia na estrutura das palavras ou das orações dentro de uma frase. Ou seja, quando usamos formas parecidas de construção para ideias que estão lado a lado.

Ele deixa o texto mais equilibrado, bonito e coerente.

Quando o paralelismo falta, a frase soa estranha, confusa ou desequilibrada.


Exemplo com inadequada (falta de paralelismo)

Ela gosta de ler, caminhar e de cozinhar.


Veja que:

o primeiro e o último verbo vêm com “de”,

mas o segundo (“caminhar”) vem sem “de”.

Isso quebra o paralelismo.


Forma adequada (com paralelismo):

Ela gosta de ler, de caminhar e de cozinhar.

ou

Ela gosta de ler, caminhar e cozinhar.


Ambas estão corretas. O importante é manter o mesmo padrão.


Outro exemplo (em orações)

O professor pediu que estudássemos mais e para fazermos os exercícios.


Aqui há mistura de construções:

“que estudássemos” (oração subordinada) + “para fazermos” (infinitivo com preposição).


Com paralelismo:

O professor pediu que estudássemos mais e que fizéssemos os exercícios.

ou

O professor pediu para estudarmos mais e para fazermos os exercícios.


Correlação é a ligação lógica e correta entre dois termos ou orações, geralmente entre conjunções correlativas (palavrinhas que vêm em pares e precisam “combinar”).


Elas aparecem em pares como:

tanto... quanto

não só... mas também

se... então

já... já

quanto mais... mais

ou... ou

quer... quer

assim como... também


Exemplo com erro (falta de correlação)

Não só estudou, como passou na prova.

O par correto seria “não só... mas também”.


Forma correta (com correlação):

Não só estudou, mas também passou na prova.


Outro exemplo

Quanto mais ele explica, menos eu entendo.

(perfeita correlação entre “quanto mais” e “menos”)


Tanto o pai como a mãe estavam orgulhosos.

(par correto “tanto... como”)


Ou você estuda, ou trabalha.

(par correlativo “ou... ou”)