Invasão ao Capitólio nos EUA: um ataque à democracia americana e os reflexos no mundo da pós-verdade
A invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, principal símbolo da democracia americana, em Washington, capital do país, ocorrida em 2021, foi um marco no modo de fazer política no século XXI ao se deparar com a prática da pós-verdade, discurso de ódio, desrespeito às instituições, tática antissistema e populismo copiados e reproduzidos no Brasil anos depois da ascensão do presidente Donald Trump.
A cena de centenas de apoiadores de Donald Trump invadindo o prédio do Congresso americano após alegarem fraude nas eleições, tese desmentida pelas principais autoridades dos EUA, reflete como o mundo tem reagido à pós-verdade. Instigados pelo então presidente, a insurreição legou profundas marcas na democracia americana com mortes, prisões, um pedido de impeachment e uma investigação que ainda não terminou.
O mesmo fenômeno pode ser observado no Brasil, fruto da política da extrema-direita americana e replicada pela cúpula governo Bolsonaro desde a sua campanha, batizada de “caldo de cultura de violência”, que nos EUA recebeu o nome de “terrorismo estocástico”. A tática consiste em alimentar fanáticos de bolhas extremistas que disseminam diariamente o ódio, o racismo e a construção de um mundo paralelo no qual a realidade é apresentada como algo nefasto a ser combatido.
O que é pós-verdade?
A pós-verdade pode ser entendida como a modelagem da opinião pública, prescindindo dos fatos objetivos e privilegiado apelos às emoções e às crenças individuais. Na política, a pós-verdade refuta os fatos e cria uma realidade paralela.